No artigo anterior, você entendeu o que são as fintechs e em que contexto elas surgiram e atuam hoje em dia. Mas você conhece o cenário brasileiro dessas startups?
Para contextualizar, vale relembrar a evolução que empresas brasileiras com atuação online passaram nos últimos tempos. Cases nacionais como Buscapé e Netshoes se tornaram modelo de prestação de serviços na web. Simultaneamente, o brasileiro se acostumou a usar a internet para cuidar das finanças pessoais. Segundo pesquisa da Federação Brasileira de Bancos, 54% das transações bancárias brasileiras de 2015 foram realizadas através de meios digitais.
Como consequência disso, o mercado brasileiro de fintechs começou a borbulhar nos últimos dois anos. Segundo dados do Radar FintechLab, o país já conta com mais de 240 empresas desse tipo, espalhadas por diversos segmentos.
Ainda, 72% das fintechs brasileiras receberam aporte de capital de investidores e, dessas, 14% receberam aportes superiores a R$ 20 milhões. Segundo estimativas, foram investidos mais de R$ 1 bilhão de reais nessas empresas até o final do ano passado. Além disso, São Paulo aparece como o principal polo fintech do país, seguido pelo Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Na América Latina, o Brasil é, de longe, o país com o maior número de players. Assim como no nosso país, a predominância é de fintechs do setor de pagamentos, possibilitada pelo crescimento do e-commerce e do uso de smartphones nos últimos anos.
Diversas aceleradoras ajudam as fintechs em seus estágios iniciais. A StartupFarm, considerada a maior aceleradora do país, fechou recentemente parceria com a Visa para lançar um programa focado em tecnologia financeira, com o objetivo de agregar um maior número de fintechs. Além disso, o Google tem ajudado a acelerar fintechs brasileiras, inclusive com treinamentos em sua sede mundial no Vale do Silício.
No próximo artigo da série, o URBE.LAB mostrará como o ecossistema nacional de fintechs é formado e quais órgãos fazem parte desse mercado e como o mesmo é regulado.