Muitas vezes, o deslocamento a pé deixa de ser uma opção atrativa, seja por tornar-se uma disputa por espaço com veículos motorizados, seja pela quantidade de obstáculos até o destino. Algumas medidas em relação ao planejamento urbano podem incentivar o caminhar, proporcionando benefícios à cidade e ao indivíduo.
Walkability é o termo, em inglês, referente ao quanto uma área é apropriada para o caminhar; ele está relacionado à fluidez do deslocamento a pé, nas calçadas e nas travessias. Não existe um consenso sobre quais indicadores medem a walkability de uma determinada região, mas é possível destacar alguns pontos importantes como a conectividade das ruas, a presença de passeios adequados e a sensação de segurança.
A facilidade do pedestre em chegar ao seu destino sem o uso de carros deve ser considerada ao se planejar o espaço público, assim como a relação com a calçada deve ser pensada ao se projetar empreendimentos. O congestionamento, a diminuição da velocidade das viagens, o custo dos combustíveis e a preocupação com a poluição têm contribuído para a valorização do deslocamento a pé. Assim, valoriza-se também os espaços destinados aos pedestres.
Uma das maneiras de tornar uma região mais convidativa para a locomoção a pé é a presença de áreas residenciais, comerciais e de lazer distribuídas em distâncias compatíveis ao caminhar. Ou seja, para optar-se por andar ao invés de dirigir, as atividades diárias devem ocorrer, preferencialmente, em curtas distâncias; assim como as redes viárias devem estar conectadas.
Caminhar é a forma mais natural de deslocamento e a que possibilita a melhor vivência do espaço urbano. A preferência pela condição de pedestre torna a rua mais segura, promove o comércio e reduz a necessidade de construção de novas infraestruturas de transportes motorizados. Quando é possível deslocar-se a pé, o uso de carros diminui, reduzindo os impactos causados pelo uso de combustíveis fósseis, os congestionamentos e a disputa por espaço para estacionar.