Menu fechado

O MELHOR INVESTIMENTO PARA 2017

melhor-investimento-2017-urbeme

Um novo ano começa e uma pergunta reacende na cabeça dos agentes superavitários do Brasil: onde obter bons rendimentos com segurança? Esta pode ser uma questão bastante complexa e também importante em um país com uma taxa básica de juros de 13% a.a. e inflação relativamente elevada. As altas taxas de juros fazem com que as oportunidades de investimento sejam mais rentáveis. Já a inflação faz com que o investidor tenha que ter cuidado para não escolher investimentos que o farão perder dinheiro em termos reais. Neste post, desenvolvemos uma análise sobre as opções de investimento disponíveis para este ano e as suas tendências, bem como um exemplo prático para cada modalidade.

POUPANÇA

Começamos pela boa e velha poupança. Este tipo de aplicação é divulgado por muitos como o investimento mais seguro que existe, motivo pelo qual, em 2016, 76% dos brasileiros que têm algum dinheiro guardado optaram por apostar, pelo menos parcialmente, nesta modalidade. Este número representa 13,68% dos brasileiros, ou seja, 28 milhões de pessoas que conseguiram apenas um rendimento de 8,348% a.a. em suas aplicações. O número pode parecer razoável à primeira vista, mas quando levamos em conta a inflação do mesmo período (6,29%) aparecem os assustadores 1,936%, que são o rendimento real da aplicação.

Apesar dos números desapontarem para o período de 2016, é preciso dizer que já foi pior. No ano de 2015, o rendimento real oferecido pela poupança foi negativo em função das altas taxas de inflação. Em termos de projeção, a poupança tende a ter uma leve melhora neste ano em função da baixa na inflação, mas continuará sendo uma opção bem pouco rentável.

Aplicação e Premissas: R$10.000 aplicados na caderneta de poupança de 01/01/2016 a 31/12/2016.

Resultado Bruto: 10.834,80

Resultado Líquido: 10.834,80

Resultado Real Liquido: 10.193,60

CERTIFICADO DE DEPÓSITO BANCÁRIO – CBD

O CDB é outro queridinho dos bancos e geralmente oferece boas opções de negociação, já que há uma margem grande de lucro em cima deles e são títulos emitidos pelo próprio banco. O CDB apresenta diversas variações de prazo, aplicação mínima e rentabilidade, mas invariavelmente está indexado ao CDI. Para entender esta aplicação é indispensável entender o CDI e suas variações.

Vamos lá: CDI significa Certificado de Depósito Interbancário que são basicamente títulos, assim como o CDB, negociados exclusivamente entre os bancos. Assim, nestas modalidades, vale a taxa que os bancos cobram para emprestar dinheiro entre si. Esta taxa normalmente tem uma relação direta com a SELIC, que representa a taxa cobrada para transações entre o Banco Central e os demais agentes. No último ano, por um conjunto de fatores, incluindo o desaquecimento da economia e o endividamento do governo, as duas taxas se afastaram consideravelmente, de forma que o CDI se colocou abaixo da SELIC, tornando os títulos públicos relativamente mais atrativos no período.

Em 2017, com a SELIC em clara tendência de queda e o reaquecimento da economia, os CDBs passam a ser atrativos novamente. Além disto, um ponto positivo deste tipo de aplicação é que até 250 mil reais o investimento é garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito, o que permite ao pequeno investidor arriscar em instituições menores sem tanto receio de perder os seus recursos.

É importante ressaltar que o grau de risco atribuído à instituição em que se investe, assim como o tempo pelo qual você pretende aplicar os recursos, influencia diretamente na rentabilidade do CDB. Em bancos grandes, geralmente uma quantidade reduzida de recursos não é muito valorizada e provavelmente você conseguirá apenas 80% a 90% do CDI como rentabilidade. Já em bancos menores, diretamente ou através de corretoras, com uma quantia pequena – R$15.000,00 –, você já pode conseguir títulos que rendem de 100% a 115% do CDI com facilidade. Já em termos de prazo, segue o padrão, quanto mais longo o período pelo qual você deseja investir, maior o retorno que você conseguirá. Vale lembrar que este tipo de investimento é tributado de acordo com a Tabela Regressiva do IR.

Aplicação e Premissas: R$10.000 aplicados em CDB a 90% do CDI de 01/01/2016 a 31/12/2016, sem taxas bancárias ou taxas de administração.

Resultado Bruto: R$11.259,84

Resultado Líquido: R$11.039,36

Resultado Real Líquido: R$10.386,08

TESOURO DIRETO

O descontrole nos gastos do governo e a necessidade de controlar os índices de inflação no Brasil fez com que a taxa básica de juros subisse significativamente ao longo dos últimos anos e tornou o tesouro direto a bola da vez até a primeira metade do ano passado. O investimento em tesouro direto tem diversas modalidades e pode ser atrelado ou não à inflação. As opções mais conservadoras tendem a ser aquelas com correção inflacionária, já que resguardam o investidor de flutuações bruscas deste indicador, que tem histórico de ser problemático no nosso país. Entretanto, atualmente, com a tendência de queda tanto no IPCA quanto no IGPM e também na SELIC, os títulos públicos em geral perdem atratividade. Entre eles o mais indicado atualmente seriam os pré-fixados, que já tem taxa de juros definida desde o início, mas mesmo estes não são a melhor opção de investimento neste momento.

Um fator relevante ao investir em títulos públicos é o prazo de investimento. Investimentos de longo prazo são remunerados de forma mais generosa e os prazos podem chegar a 10 anos ou mais. Claro que este tipo de título possui liquidez no mercado e é possível vendê-lo a terceiros ou ao próprio tesouro, apesar de, neste momento, isto pode não se mostrar uma boa opção e poder acarretar até perda de recursos.

Os títulos públicos têm como fio condutor das suas rentabilidades a SELIC (Taxa Básica de Liquidação e Custódia). Tal indicador é, na verdade, uma meta e define a média dos juros que o governo brasileiro está disposto a pagar para obter empréstimos. É definido pelo COPOM em reunião realizada periodicamente e influencia enormemente na política econômica dos governos. As relações entre juros e outras variáveis macroeconômicas são interessantes e complexas e grande parte das discussões acerca de economia e políticas públicas giram em torno deste ponto. É relativo consenso entre os economistas contemporâneos que taxa de juros é um instrumento para controlar a inflação. Portanto, um investidor atento deve ter em mente que uma solução razoável e recorrente para remediar a inflação será o aumento da SELIC e, nesta hora, será um bom negócio investir neste tipo de título. Atualmente, o cenário no Brasil é o inverso: a inflação finalmente está dando uma trégua e o governo está conseguindo gradativamente tirar das suas costas juros tão pesados. Assim, este já não é mais o melhor momento para apostar no tesouro direto. É importante lembrar que este tipo de investimento é tributado de acordo com a Tabela Regressiva do IR.

Aplicação e Premissas: R$10.000 aplicados à meta da taxa SELIC acumulada de 01/01/2016 a 31/12/2016 (14,18%), sem taxas de custódia.

Resultado Bruto: R$11.418,00

Resultado Líquido: R$11.169,85

Resultado Real Líquido: R$10.508,84

 

LETRAS DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO E AGRICOLA – LCI E LCA

Bancos funcionam como uma via de mão dupla: de um lado, quem tem dinheiro investe procurando sempre a melhor relação entre segurança e rentabilidade para o seu perfil; de outro lado, quem precisa de recursos procura financiamento aos menores juros que conseguir encontrar. Os LCIs e LCAs surgiram como forma de ampliar os recursos para o financiamento à produção agrícola e imobiliária. Isto ocorre porque o dinheiro investido nestas modalidades pode apenas ser utilizado pelos bancos para financiar as respectivas atividades objeto de cada um, o que acarreta uma expansão e barateamento nestes financiamentos.

As letras de crédito podem ser pré-fixadas, com taxa fixa ou pós-fixadas, geralmente indexadas ao CDI. No caso dos pós-fixados, eles funcionam de maneira muito parecida com o CDB, modalidade que já discutimos acima. Outro detalhe importante a respeito destes investimentos é que, ao contrário da grande maioria, eles têm isenção de IR e, desta forma, devemos comparar a rentabilidade líquida (descontada de impostos) de outros investimentos com as rentabilidades oferecidas pelas LCAs e LCIs. Para saber a taxa de rentabilidade liquida de um investimento é simples, basta diminuir de 1 o valor decimal da alíquota e multiplicar pela taxa do investimento. Para as LCIs e LCAs, note que faremos o cálculo de rentabilidade com uma percentagem 5% menor do CDI do que no cálculo do CDB, veja o que vale mais a pena!

Aplicação e Premissas: R$10.000 aplicados em LCI pós-fixada em 85% do CDI de 01/01/2016 a 31/12/2016, sem taxas de custódia.

Resultado Bruto: R$11.189,85

Resultado Líquido: R$11.189,85

Resultado Real Liquido: R$10.527,61

FUNDOS IMOBILIÁRIOS – FII

Durante a década de 90, os imóveis foram um investimento que garantia a segurança em função de uma economia instável, com inflação muito alta e um setor financeiro desestabilizado. Durante os anos 2000, os imóveis sofreram subsequentes altas muito acima da inflação, gerando ótimos rendimentos. Este conjunto de fatores que ocorreram no Brasil influenciou uma geração que cresceu entendendo que investir em imóveis era certeza de rendimentos bons e segurança. Só restava um problema no caminho: imóveis são caros e nem todos podem adquiri-los sozinhos ou construir para a venda. Neste contexto, os fundos oferecem aquilo que, até pouco tempo, era a única saída para o entrave mencionado, um valor mínimo de investimento mais em conta.

Analisando o cenário atual, com a tendência de queda da SELIC e das demais taxas no mercado financeiro, o investimento em imóveis, no geral, tende a ganhar força oferecendo, rentabilidades relativamente melhores ao longo deste ano.

É vasta a variedade de modelos de fundos imobiliários existentes. Geralmente, eles apresentam um fator de risco – e de retorno – mais acentuado que os demais as outras opções oferecendo rentabilidades que variam de acordo com a performance do fundo. Apesar da heterogeneidade, uma coisa é certa: ao colocar o seu dinheiro em um fundo de qualquer espécie você estará delegando a administração dos seus recursos para alguém. O administrador do fundo será a pessoa responsável por alocar o seu dinheiro, e de todos os demais, nos empreendimentos que ele acredita que darão o melhor retorno ou naqueles que mais interessarem ao seu banco.

Importante lembrar que, assim como as LCIs, visando o incentivo à construção civil, os fundos imobiliários são isentos do pagamento de IR sobre rendimentos e pagam impostos apenas quando as quotas são vendidas. A alíquota é de 20% sobre o lucro. Além disto, esta modalidade exige acompanhamento intensivo para que você entenda o que está sendo feito com os seus recursos e qual a hora certa de movê-los.

Aplicação e Premissas: R$10.000 aplicados à taxa média (9,22%) de todos os fundos negociados em bolsa nos últimos 12 meses. (Este rendimento não leva em conta a valorização da quota no mercado durante o período)

Resultado Bruto: R$10.922,00

Resultado Líquido: R$10.922,00

Resultado Real: R$10.275,66

AÇÕES

Ações são papéis vendidos por empresas abertas que permitem que qualquer um que deseje investir possa comprar uma participação naquela empresa.

As ações também oferecem diversas opções e maneiras de realizar o investimento que vão desde “day trade” até o investimento em ações ordinárias de uma empresa visando efetiva participação na gestão da companhia. Geralmente, a intenção do investimento em bolsa é puramente financeira e o ganho do investidor se dá devido ao recebimento de dividendos da companhia e da valorização da ação no mercado.

Existem diversas companhias sólidas, com dividendos pagos de forma constante ao longo de décadas e que são boas opções para um investidor um pouco mais conservador. Apesar disto, o investimento em ações normalmente é visto como arriscado, já que pode acarretar perda de recursos e é preciso ter cuidado, pois o preço de mercado das ações pode variar de maneira muito rápida. Há pouco tempo, um exemplo de companhia no padrão descrito acima seria a Petrobrás e sabemos como esta história terminou.

Uma coisa é certa: o perfil do investidor acionário bem-sucedido é atento, sabe o que está acontecendo no mercado e especialmente nas companhias em que investe, lê jornais e relatórios com frequência. Caso você não se encaixe neste perfil, calma, nem tudo está perdido, pois você ainda pode se aproveitar dos bons rendimentos que o investimento em empresas pode proporcionar. É possível que, para o seu perfil, seja mais proveitoso o investimento em um fundo de ações, onde você delegaria a tarefa de administração a um terceiro. Assim como no caso dos fundos imobiliários, isto pode ou não ser visto como uma vantagem.

Assim como o investimento em imóveis, o investimento em ações tem forte relação com o setor real da economia e por isto tende a ser valorizado com a queda da SELIC, que acabará derrubando as taxas de retorno no setor financeiro em 2017. Isto ocorre pois, com retornos menores no setor financeiro, as pessoas tendem a voltar os seus recursos e esforços para o mercado real, ou seja, criação e investimento em empresas, construção de projetos, prestação de serviços, venda de bens, etc. As perspectivas para o mercado neste ano ainda demandam cautela, mas o reaquecimento da economia deve ocorrer, em parte, em função do movimento descrito acima, o que torna o mercado de ações uma opção promissora.

Para investir em ações você deverá ter conta em uma corretora que lhe permita acesso a este mercado e lhe cobrará taxas para realizar as operações e manter a sua conta. Em termos de tributação, para o day trade, a alíquota é de 20% sobre o lucro. Já para as demais operações fica em 15% e ocorre apenas se o volume vendido mensalmente superar os 20 mil reais. Existem também outros detalhes sobre tributação que você pode consultar acessando este link: http://www.infomoney.com.br/minhas-financas/impostos/noticia/851524/mercado-acoes-entenda-cobranca-nestes-investimentos

Aplicação e Premissas: R$10.000 aplicados com o rendimento da BM&FBOVESPA como um todo de 01/01/2016 a 31/12/2016, sem taxas de corretagem e aplicado IR com alíquota de 15%.

Resultado Bruto: R$13.894,00

Resultado Líquido: R$13.309,90

Resultado Liquido Real: R$12.522,25

CROWDFUNDING

Duas são as principais modalidades de investimento via crowdfunding hoje no mundo: o investimento em startups e em imóveis. Estes investimentos têm em comum o método de arrecadação, distribuindo quotas online, se utilizando intensivamente da tecnologia e buscando recursos de um grande número de investidores. Há, porém, inúmeras diferenças, começando pelo objeto: um é uma empresa iniciante buscando recursos para alavancar o seu negócio; o outro é o trabalho com empresas já consolidadas que buscam recursos para alavancar um projeto imobiliário.

Seguindo a mesma lógica que utilizamos para os FIIs e ações, se a tendência é de queda na taxa de juros, a recompensa para os investimentos financeiros diminui e a migração para os investimentos em ativos reais é inevitável, ajudando a reaquecer a economia e tornando imóveis e empresas atrativos. No caso dos imóveis, é importante destacar que não é qualquer investimento, mas sim o investimento ativo em imóveis que promete boas rentabilidades. Isto significa que não basta comprar um imóvel e esperar valorizar, já que a tendência de longo prazo daqui para frente é que a valorização dos imóveis seja muito próxima à inflação. É preciso gerir ativamente estes imóveis, ou seja, construir ou reformar.

Mas, como investir ativamente em imóveis sem o know-how necessário, com recursos e tempo limitados e mesmo assim obter rentabilidades próximas às das incorporadoras sem pagar nenhuma taxa a ninguém? Bom, a única resposta por enquanto no Brasil têm nome, CNPJ e endereço, o URBE.ME. A empresa é especializada apenas na captação de recursos para projetos imobiliários e foi fundada por um administrador, um arquiteto e um advogado, todos interessados em democratizar o investimento na parte mais rentável de qualquer empreendimento imobiliário: a incorporação. A empresa resolve o problema do investimento mínimo juntando centenas de investidores para cada projeto, cada um investe um pouco e juntos eles formam um valor considerável que é emprestado para uma empresa do setor imobiliário desenvolver um projeto, em troca, uma rentabilidade variável sobre as vendas do empreendimento, que acaba dando ao investidor o gostinho de estar colocando tijolo sobre tijolo na construção do edifício.

Importante destacar os detalhes da operação. Este tipo de investimento não conta com FGC e as rentabilidades expostas são apenas estimadas baseando-se no preço de vendas do empreendimento, além disto é aconselhado que você aporte recursos com a intenção de deixá-los até o final do prazo do empreendimento, já que a liquidez é baixa. Em termos de garantia, o empreendimento estará em patrimônio de afetação, o terreno estará quitado e, como o investidor neste caso é credor da incorporadora, ela será obrigada a utilizar estes recursos para pagá-lo de volta no caso de qualquer imprevisto. Ocorrendo tudo normalmente, o empreendimento deverá ser vendido pelo preço esperado, visto que os preços de m² na construção civil são muito previsíveis e você terá, efetivamente, investido de forma ativa na construção de um empreendimento vertical com apenas alguns cliques.

Há incidência de IR sobre os rendimentos desta modalidade. Os cálculos serão feitos com a rentabilidade mínima e máxima esperadas, conforme disposto no site da empresa URBE.ME, para a média dos empreendimentos já captados e em captação.

Aplicação e Premissas: R$10.000 investidos em um empreendimento imobiliário média via URBE.ME (crowdfunding imobiliário) em 2016.

Resultado Bruto: R$11.989,30 a R$12.434,92

Resultado Líquido: R$11.641,17 a R$12.008,81

Resultado Real Líquido: R$10.952,27 a R$11.298,16

Por fim, registramos que todas as análises foram feitas baseadas no resultado de um único ano e que, no longo prazo, pequenas diferenças podem significar uma perda significativa de ganhos. No mais, cada investidor tem um perfil diferenciado e a análise de investimentos não pode ser feita de forma absoluta – não existe uma única modalidade perfeita para todos os públicos – e você é o único que pode dizer o que é ideal para as suas necessidades. É indispensável que você se informe em diversas fontes antes de tomar a sua decisão e a tome de forma consciente. Todo o disposto aqui é baseado em previsões e pontos de vista. É recomendável diversificar ao montar a sua carteira de investimentos de forma a lhe garantir mais segurança.

Escrito por Frederico Horst (CORECON 8326) e Eduarda Fabris (estudante de economia)

Artigos recentes

Copyright © 2014-2020 URBE. All rights reserved.