Em agosto de 2020, o número de investidores em fundos imobiliários na bolsa de valores ultrapassou a marca de 1 milhão de pessoas físicas. Em meio a este movimento, os cotistas estão se perguntando o que aconteceu com HGLG11, um dos maiores fundos da B3.
Nos últimos meses, o fundo HGLG11 teve queda no preço de mercado das cotas. Além disso, houve redução nos rendimentos do FII. Neste artigo, você vai entender melhor o que aconteceu com o HGLG11 e decidir se este FII vale a pena para 2021. Confira!
Histórico do HGLG11
Lançado em junho de 2010, o HGLG11 é um fundo imobiliário do tipo tijolo. Também conhecido como CSHG Logística FII, seu patrimônio está alocado em imóveis do ramo industrial e logístico. Em sua carteira também constam ativos de renda fixa, FIIs e CRIs.
Atualmente, o HGLG11 representa mais de 4% do IFIX, índice de FIIs da Bovespa, sendo o 4º maior fundo da carteira. Com dados atualizados em setembro de 2020, o fundo possui ao todo 14 galpões distribuídos em 4 estados brasileiros.
Confira a seguir mais algumas características do HGLG11:
- Classificação ANBIMA: Renda Gestão Ativa;
- Administradora: Credit Suisse Hedging-Griffo Corretora de Valores S.A;
- Público-alvo: investidores em geral;
- Valor inicial das cotas: R$ 1.000;
- Patrimônio líquido inicial de R$ 100.540,29
- Primeira emissão de 100 cotas;
- Data IPO: 26/06/2010;
- 6 emissões de cotas até Julho de 2020;
- Taxa de administração do HGLG11: 0,60% ao ano;
- O CNPJ do HGLG11 é 11.728.688/0001-47;
- Em abril de 2018, o fundo fez desdobramento das suas cotas na proporção 1/10.
O que aconteceu com HGLG11?
Para compreender o que aconteceu com HGLG11, é preciso saber da mais recente oferta pública feita em julho de 2020. Definida em assembleia geral em outubro de 2019, a 6ª emissão de cotas de HGLG11 visou a expansão de ativos imobiliários do fundo.
Em 23 de junho de 2020, a gestão do HGLG11 anunciou o novo boletim de subscrição. A oferta pública de distribuição primária teve preço de emissão de R$ 150,12. A este valor, foram acrescidos custos de emissão de R$ 5,25 por cota subscrita, totalizando R$ 155,37.
Ao todo, foram ofertadas mais de 3,7 milhões de novas cotas de HGLG11, que arrecadaram quase R$ 984 milhões. A oferta foi encerrada em 10 de agosto de 2020. Acompanhe no gráfico a seguir a variação dos principais índices do fundo no período:
Com isso, os investidores enxergaram potencial lucro na venda das cotas da oferta pública, aumentando sua liquidez na bolsa. Entre junho e setembro de 2020, mais de 50 mil novos cotistas ingressaram em HGLG11, resultando em picos históricos nas negociações do FII.
A seguir, listamos as aquisições que o fundo realizou neste período. Além disso, mostramos também os impactos na distribuição de rendimentos e possíveis oportunidades e riscos futuros do HGLG11.
Quais foram as aquisições de HGLG11?
A nova captação de recursos de HGLG11 aumentou em 34% a área bruta locável do fundo. Entre os novos imóveis adquiridos pelo fundo estão:
- Galpões Extrema (MG), ABL 34.101m², 100% ocupação;
- Galpão Itupeva (SP), ABL 58.828m², 92% ocupação;
- Galpão Betim (MG), ABL 62.587m², 100% ocupação.
O Galpão Itupeva, era identificado anteriormente como “G1”, enquanto o de Betim era conhecido como “G3”. Com negociações ainda em andamento, outras tratativas estão sendo realizadas para aumentar ainda mais o portfólio do fundo.
Um dos possíveis novos negócios é o “G2”, imóvel pronto que poderá acrescentar mais 121 mil m² à área bruta locável do FII. Há ainda dois ativos em desenvolvimento – “D1” e “D2” – que acrescentariam mais 78 mil m² à ABL do fundo para os próximos meses.
Portanto, o que aconteceu com HGLG11 foi a emissão de novas cotas para subsidiar estes novos ativos que estão em processo de finalização de contrato, que ainda não tiveram lucros distribuídos aos seus cotistas.
Portfólio do HGLG11
O HGLG11 possui 14 imóveis em 4 estados das regiões Sul e Sudeste. Das empresas locatárias, seis delas são responsáveis por quase 70% da arrecadação dos aluguéis do fundo. São elas: Volkswagen, Lojas Americanas, Walmart, Cremer, Tetra Pak e Bosch.
Ainda sem contar com os aluguéis de imóveis adquiridos recentemente, a carteira atual de locatários dos galpões logísticos de HGLG11 está composta da seguinte forma, com as respectivas porcentagens de ativos imobiliários:
- Volkswagen 33,8%;
- Lojas Americanas 19,1%;
- Condomínio SJC 11,6%;
- Cremer 8,1%;
- Master Offices 6,6%;
- Tetra Pak 5,7%;
- Gerdau 5,5%;
- Congonhas 4,1%;
- TechTown 2,6%;
- Brascabos 1,7%;
- C&A 1,2%.
A área total para locação de HGLG11 no momento é de 614 mil m². A maior parte dos contratos de HGLG11 (77,3%) está com vencimento previsto para o ano de 2024 ou após. Destes, 43,5% são reajustados pelo IGP-M e 56,4% pelo IPCA.
Os imóveis físicos correspondem a 60,8% da atual carteira do fundo. De acordo com o último relatório mensal, a taxa de ocupação dos galpões de HGLG11 está em 91,1%. Os demais ativos do fundo estão em renda fixa, como títulos públicos e letras de crédito, FIIs e CRI.
Por que os dividendos de HGLG11 caíram?
Com a aquisição de novos imóveis e negociação ainda em fase final de outros ativos, o que aconteceu com HGLG11 foi que o fundo decidiu diminuir seus dividendos distribuídos por cota. Houve uma queda de 23% nos rendimentos do fundo da CSGH em setembro de 2020.
Segundo a gestora, o ciclo de ajuste dos rendimentos de HGLG11 deverá ser temporário. A tendência é de recuperação nos próximos meses, devido ao aumento da ABL e novos contratos que foram assinados no fim de agosto e ainda não contabilizaram rendimentos.
Em setembro de 2020, 100% dos contratos de aluguel do fundo foram recebidos. Ainda há um excedente de R$ 0,21 por cota não distribuídos pelo fundo. Nos últimos 12 meses, o retorno da cota de HGLG11 foi de R$9,18, representando um D.Y. anual de 5,31%.
O pagamento de dividendos do HGLG11 é realizado sempre ao fim da primeira quinzena do mês, no último dia útil (dia 15 ou anterior).
Vale a pena investir em HGLG11?
A nova emissão de cotas do HGLG11 possibilitou a expansão do fundo e se tornou uma oportunidade para ingresso de muitos novos investidores. Há uma tendência de ajuste de preço das cotas nos próximos meses, a ser acompanhado de perto pelo mercado.
O impacto do aumento do ABL é favorável para a valorização de HGLG11. Além disso, há expectativa de aumento gradual dos dividendos a médio e longo prazos. O histórico do FII e sua solidez também pesam a favor para a entrada no fundo.
Veja a seguir mais alguns pontos fortes e riscos envolvidos no futuro de HGLG11:
Pontos fortes de HGLG11
- Carteira de imóveis diversificada, com empresas de diferentes segmentos;
- Além de logística, o fundo também abriga produção industrial em seus galpões;
- O HGLG11 tem alta liquidez na bolsa, com mais de 36.000 negociações diárias;
- Efetivação de novas aquisições e contratos com vencimentos a longo prazo;
- Resiliência do setor logístico e FIIs em geral frente à crise do coronavírus.
Riscos de HGLG11
- Alta porcentagem da carteira em ativos externos – renda fixa, outros FIIs e CRI;
- Redução de rendimentos pode afetar retornos no curto prazo;
- Alto P/VP, preço de mercado 24% acima do valor patrimonial;
- Boa parte dos contratos com revisional até 2022 (cerca de 50%);
- Mesmo com a diversificação, um único locatário corresponde a um terço dos ativos.
Agora que você já entendeu um pouco mais o que aconteceu com HGLG11 em 2020, pode fazer a decisão se vale a pena incluir este FII na sua carteira. Caso ainda tenha dúvidas, pode visitar também nossa matéria: Como analisar Fundos Imobiliários?
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