Brasília é conhecida por ter a forma de um avião quando vista do céu. Mas como é viver dentro da cidade? Da altura dos olhos das pessoas que caminham por suas ruas, como é Brasília? Parte da resposta é possível saber apenas por outros aspectos conhecidos da capital, como a necessidade de deslocamento por meio de automóveis, priorizados em detrimento das pessoas, considerando, por exemplo, o planejamento de vias expressas que interligam as diferentes regiões da cidade.
Os conjuntos habitacionais e as áreas de serviços estão nas asas sul e norte, enquanto a esplanada e os prédios destinados a gabinetes políticos estão no eixo central de Brasília, dividindo a cidade. Construída na década de 50 e projetada por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, a cidade no Planalto Central teve um crescimento maior que o esperando, além de desordenado, surgindo cidades-satélites.
Outro ponto negativo é o espaço urbano, que não é convidativo para as pessoas que vivem na cidade, como afirma Jan Gehl em seu livro, “Cidades para Pessoas”. Para ele, a cidade é grande demais, possuí caminhos longos e desinteressantes. O planejamento de Brasília foi inspirado na Carta de Atenas, desenvolvida no Congresso Internacional de Arquitetura Moderna, em 1933, por Le Corbusier. Dessa forma, a cidade é projetada prevendo grandes avenidas, prédios altos, grandes espaços vazios, separação de funções; afastando-se de um modelo de cidade tradicional. Em 1987, Brasília se tornou Patrimônio Mundial da UNESCO. A capital pode ser linda quando sobrevoada, mas, a pé, não é humana.