O primeiro semestre da construção civil em 2022 foi influenciado por vários fatores e nós vamos compartilhá-los com você em nosso conteúdo!
O mercado da Construção Civil sofreu diversos impactos e contou com muitas mudanças, problemas e, também, crescimento no primeiro semestre de 2022.
No conteúdo de hoje, queremos compartilhar com você tudo aquilo que aconteceu ao longo deste ano em um material exclusivo, no qual explicaremos em detalhes os variados fatores que conduziram o mercado da construção para os seus resultados atuais.
Se você quer entender mais sobre o cenário construtivo em um nível macro, continue conosco ao longo deste conteúdo!
Dados sobre o primeiro semestre da construção civil em 2022
Dificuldades da construção civil no primeiro semestre de 2022
Mudanças e avanços na construção civil em 2022
A construção civil em 2022
Como a maior parte dos segmentos existentes dentro do mercado, a Construção Civil foi diretamente afetada por diversos acontecimentos que balançaram o mercado ao longo dos últimos anos, como:
- Pandemia;
- Alta taxa de juros;
- Redução do poder de compra;
- Inflação;
- Guerra na Ucrânia;
- Encarecimento de insumos;
- Entre outros fatores.
Porém, curiosamente, mesmo com a interferência de todos esses fatores, a Construção Civil irá, pelo segundo ano consecutivo, obter um crescimento acima da economia nacional.
De fato, entre os meses de abril e junho, o mercado da construção civil alcançou o seu sétimo trimestre consecutivo de crescimento, algo que não acontecia desde 1996, de acordo com informações concedidas pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Na verdade, as projeções indicam que a Construção Civil deve crescer cerca de 3% em 2022, atingindo um desempenho acima do esperado (2,5%) para o ano.
Segundo a análise, o mercado poderia crescer ainda mais caso não tivesse sido impactado por fatores externos, como a alta nos custos dos insumos que alcançou mais de 50% em 20 meses.
Dados sobre o primeiro semestre da construção civil em 2022
De acordo com a pesquisa realizada pelo CBIC, o nível de atividade na construção civil durante o primeiro trimestre de 2022 foi o melhor dos últimos 10 anos, como é possível ver na imagem abaixo:
Além disso, o nível de atividade da construção civil apresentado em Março de 2022 foi o melhor desde Outubro de 2021, o que mostra um ótimo resultado apresentado pelo setor no primeiro semestre deste ano:
Outro dado extremamente relevante é o nível de confiança do empresário na construção civil. Segundo o estudo da CBIB, este nível de confiança ainda se mantém extremamente elevado:
Dificuldades da construção civil no primeiro semestre de 2022
Naturalmente, o setor construtivo sofreu com algumas dificuldades ao longo do primeiro semestre de 2022. Isso aconteceu por variados fatores que, na maioria dos casos, estavam fora do ecossistema da construção em si.
Isto é, eles foram influenciados por elementos externos que fogem do controle das grandes, médias e pequenas empresas.
A seguir, nós vamos falar sobre alguns destes pontos, de modo a entendê-lo de uma forma mais aprofundada para que possamos compreender melhor porque eles impactaram a construção civil e como estes mesmos fatores devem se comportar no restante do ano de 2022 e até mesmo nos próximos anos.
Alta de insumos
A alta de insumos é uma consequência natural da escassez de produtos no mercado. Afinal, com menos opções disponíveis, aquelas que estão sendo comercializadas acabam tendo o seu valor impulsionado pelo desejo de compra existente.
É uma aplicação clara das leis de oferta e demanda.
Contudo, essa alta acabou por ser um dos fatores que impediu o mercado da construção civil de manter a velocidade de crescimento que vinha sendo apresentada ao longo do ano de 2021.
Mesmo com os resultados, o setor ainda enfrenta obstáculos. O relatório da confederação aponta que pelo oitavo trimestre consecutivo, a falta ou o alto custo dos insumos é o principal problema da construção.
A inflação na construção civil, medida pelo INCC, apresentou alta de 38,74% no primeiro semestre de 2022.
Os itens que sofreram os maiores reajustes estão vergalhões e arames de aço, com alta acumulada de 99,6%, seguido por tubos de conexões de ferro e aço (89,43%) e tubos e conexões de P.V.C. (80,62%).
Entretanto, é importantíssimo lembrarmos que não podemos analisar nenhum dos fatores ligados à construção civil de maneira isolada. Na verdade, todos eles influenciam na construção de um cenário macro.
Por isso, vamos dar uma olhadinha a seguir nos pontos que mais contribuíram para o aumento no custo dos insumos neste primeiro semestre de 2022. Veja:
Influências da pandemia
Um dos principais problemas enfrentados pela construção civil no primeiro semestre de 2022 foi a influência da pandemia do coronavírus em todos os níveis do mercado.
O lockdown em diversos países, assim como a contaminação de funcionários e os seus respectivos afastamentos causaram uma desestruturação em toda a cadeia de insumos da construção, como o ferro, tijolos, artefatos cerâmicos, fios elétricos e muitos outros materiais.
Essa desestruturação colocou o mercado em uma situação delicada, já que em poucos meses a demanda existente superou a capacidade produtiva das empresas, criando uma constante falta de insumos no mercado.
Inflação
Outra dificuldade extremamente relevante para o aumento no custo dos insumos foi a grande onda de inflação que se espalhou por todo o planeta. Inclusive, países como os EUA atingiram 9,1% de inflação anual.
Vale a pena ressaltar que o encarecimento do dólar foi uma péssima notícia para o mercado brasileiro. Afinal, isso fez com que todo o processo de importação se tornasse mais caro, fomentando o encarecimento da matéria-prima.
É importante destacar que a inflação não afetou apenas o mercado da construção civil diretamente como também indiretamente. Até porque, muitas outras empresas relacionadas ao mercado também sentiram na pele os seus impactos.
Redução do poder de compra do consumidor
Quando falamos sobre a inflação, é muito importante abrir um parênteses para falar sobre o local onde ela apresenta o seu maior peso: no bolso do consumidor.
Às construtoras se viram obrigadas a manterem suas obras com custos muito mais elevados do que o normal, mas, ao mesmo tempo, não puderam repassar estes acréscimos nos gastos aos consumidores que também estavam e estão sofrendo com a inflação.
A diminuição no poder de compra dos consumidores obrigou o setor a absorver os custos em grande parte, o que diminui a margem das grandes empresas.
Em conjunto, o consumidor — agora com um menor poder de compra — adiou suas compras relacionadas ao mercado imobiliário devido à inflação e alta taxa de juros.
Guerra da Ucrânia
Embora a Guerra da Ucrânia tenha exercido uma pressão significativa na inflação global, queremos tratar esse assunto de forma um pouco mais ampla, dada a sua complexidade.
Mesmo distante, a Guerra da Ucrânia exerceu forte impacto dentro do mercado mundial e, como se poderia esperar, do mercado imobiliário brasileiro.
Isso aconteceu porque muitos países dependem de matérias primas vindas da Rússia e Ucrânia, o que gerou um efeito cascata de redução de oferta enquanto a demanda se manteve.
Como resultado, vemos um processo de inflação que atingiu todo o planeta, conforme já mencionado anteriormente.
A alta dos preços do petróleo, gás e outros insumos essenciais para o mercado global pressiona a inflação de diversos produtos utilizados na construção civil.
Como consequência, esse cenário puxou a taxa de juros para cima.
Essa alta na taxa de juros fez com que alguns investimentos em renda variável se tornassem menos interessantes, já que os retornos proporcionados pela renda fixa se tornaram muito mais relevantes.
Mudanças e avanços na construção civil em 2022
Dentro do cenário macroeconômico apresentado, a Construção Civil precisou encontrar novos caminhos para continuar crescendo, seja por meio de novas políticas como também pelo próprio desenvolvimento do mercado como um todo.
A seguir, falaremos um pouco mais sobre todos os aspectos que representaram mudanças e avanços positivos para a construção civil dentro do primeiro semestre de 2022. Veja:
Mudanças no Casa Verde e Amarela
Por conta da alta no preço dos insumos, houve uma desaceleração natural na fabricação de alguns tipos de imóveis residenciais, sendo que a maior parte deles corresponde a edificações aptas ao programa Casa Verde e Amarela.
O motivo é simples: imóveis construídos para o programa Casa Verde Amarela possuem um menor valor de mercado. De fato, isso faz com que haja uma menor margem de lucro para as empresas.
O aumento dos insumos fez com que a margem das construtoras e incorporadoras se tornassem ainda menores, fazendo com que este tipo de imóvel deixasse de ser interessante.
No primeiro semestre de 2022, o Conselho Curador do FGTs aprovou algumas mudanças importantes relacionadas ao programa Casa Verde a Amarela que irão beneficiar pessoas e construtoras. Essas mudanças são:
- A alteração dos valores das faixas de renda;
- A alteração nas taxas de juros.
De acordo com o Conselho do FGTS, o objetivo de ajustar as faixas de renda do PCVA é ajudar na redução das taxas de juros do financiamento imobiliário para as pessoas que são participantes de cada grupo de renda.
Além disso, as taxas de juros dos grupos também foram alteradas.
- O Conselho do FGTS reduziu as taxas de juros do Programa Pró-Cotista em 1%, indo de 8,66% para 7,66% ao ano para imóveis de até R$ 350 mil.
- Para casas ou apartamentos com valor acima de R$ 350 mil, os juros diminuíram de 8,66% para 8,16% ao ano.
Impacto das mudanças no programa Casa Verde e Amarela
A princípio, com as novas mudanças do Casa Verde e Amarela, agora ficou mais fácil conquistar a casa própria.
Com grupos de renda maiores e uma diminuição nas taxas de juros, cria-se um fomento à aquisição da casa própria, o que permite que o mercado imobiliário continue aquecido.
Empregos
Veja a seguir alguns dados relacionados ao mercado de trabalho e a geração de empregos no primeiro semestre da construção civil em 2022:
Mesmo com todos os pontos negativos para a construção civil que citamos anteriormente, ela manteve um crescimento muito interessante, que resultou na criação de novos empregos.
No primeiro semestre de 2022, o setor foi responsável por 155 mil vagas. Em comparação, no primeiro semestre de 2021, o saldo de vagas encerrou em 158 mil.
Os resultados dos primeiros semestres de 2021 e 2022 são os melhores para o período desde 2012.
Além disso, é importante ressaltar que a construção civil já gerou mais de 430 mil novas vagas com carteira assinada no período pós pandemia. (entre março/20 a maio/22).
Conclusão
Embora muitas coisas tenham afetado o mercado da Construção Civil durante o 1° semestre de 2022, podemos dizer que o resultado alcançado até o presente momento foi extremamente relevante e positivo.
Com projeções positivas, devemos ver um segundo semestre da construção civil com bom crescimento, fomentando uma guinada do setor em direção aos resultados alcançados ao longo da última década.
Ainda assim, é importante ter atenção aos movimentos relacionados as eleições, que podem impactar o início de novos projetos imobiliários no país, em virtude da incerteza política.
