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Internet e Comunicação – Por que a tecnologia vai mudar a sua cidade para sempre

As primeiras tecnologias que deram origem ao que hoje chamamos de internet foram criadas e implementadas ainda na década de 60. A tecnologia, ainda incipiente, passou a ganhar força na década de 80 com o desenvolvimento de novas ferramentas, como por exemplo a linguagem HTML e a World Wide Web (o clássico “www” visível nos endereços da internet), ambas criadas pelo genial cientista Tim Berners-Lee, da Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (CERN).

Nos anos 90 houve a proliferação dos computadores pessoais, e os anos 2000 trouxeram a massificação dos dispositivos móveis, nomeadamente celulares e tablets. Com estes novos dispositivos, a utilização e o acesso à internet foi catapultado. Hoje em dia, calcula-se que 44% da população mundial, ou 3,2 bilhões de pessoas, estão conectadas à internet1.

Em 2013, o diretor executivo do Google, Eric Schmidt, fez a previsão de que dali a 5 anos, todos no mundo teriam acesso à internet.

Você acha improvável?

O executivo fala com a propriedade de quem possui informação privilegiada: o próprio Google é o responsável por um dos maiores projetos cujo objetivo é tornar a rede acessível a todos.

O misterioso laboratório de inovação da empresa, o Google X, está desenvolvendo um projeto batizado de Project Loon. Por mais estranho que possa parecer, a proposta do Google é usar balões – sim, balões – para distribuir sinal de internet 4G a todas as regiões do planeta. Veja abaixo o vídeo de apresentação do projeto.

 


A mecânica de funcionamento é simples, mas envolve tecnologias avançadas e um planejamento complexo.

Cada balão, produzido com polietileno, possui 12m de altura e 15m de diâmetro. É abastecido de energia por paineis solares, e uma bateria acumula energia para que o balão continue em funcionamento durante a noite.

Os balões recebem o sinal de internet de empresas de telecomunicações locais, e o distribuem através dos demais balões do sistema, formando uma rede global. Para receber e retransmitir o sinal, o balão é equipado com um sistema eletrônico que controla antenas de rádio e de internet.

Um algoritmo computacional coordena a movimentação de todos os balões do sistema na estratosfera, calculando o movimento das correntes de ar. Para modificar a trajetória ou a velocidade de cruzeiro, o sistema bombeia ou retira ar do balão, fazendo-o subir ou descer para posicioná-lo em uma corrente que leve-o até onde se deseja.

O Facebook também possui o sua própria iniciativa para universalizar a internet: o projeto Aquila. A ideia é utilizar drones gigante, abastecido por painéis solares, capaz de permanecer no ar durante três meses, em altitudes entre 18km e 27km.

Para oferecer internet irrestrita, uma estação no solo irá transmitir sinais de rádio a um drone, que distribuirá o sinal entre os seus pares através de lasers, seguindo o mesmo princípio do projeto do concorrente Google.

Estamos mais próximos do que pensamos de tornar a internet acessível a todos os habitantes do planeta, mesmos nos recantos mais longínquos e isolados.

E como isso vai mudar a minha cidade?

A consequência natural da universalização da conectividade é a proliferação de dispositivos e objetos capazes de se conectar.

Um grande salto para a otimização da utilização dos recursos e da infraestrutura da cidade (abastecimento de água e de bens, energia elétrica, esgoto, transportes, coleta de lixo e etc.) será dado com a Internet das Coisas (Internet of Things, ou IoT, em inglês).

A Internet das Coisas refere-se ao momento no qual não só o seu celular, mas também a sua máquina de café, máquina de lavar roupa, lâmpadas, wearables (roupas, relógios, óculos e etc.) e quase todos os objetos que você conhece estarão conectados à internet e, por conseguinte, conectados entre si.

Esses objetos serão capazes de funcionar em rede, trocando informações e executando funções sem a necessidade de interferência humana através da utilização de sensores, de softwares e de conectividade com a internet.

E qual o impacto disto?

Digamos que você programe o alarme do seu celular para despertar você às 7h. Sabendo disso, a sua máquina de café começa a trabalhar às 6:50 para deixar o café prontinho para quando você acordar. A máquina identificou que os estoques de café estão baixos, e automaticamente já acrescentou este item na sua lista do supermercado. O tráfego está um pouco mais pesado do que o normal, então o seu carro lhe avisa que é bom sair uns minutinhos antes, e comunica a sua secretária do possível atraso.

Você chega em casa de noite no inverno e encontra os cômodos já aquecidos, pois o seu carro avisou o sistema de aquecimento que você estaria chegando dali alguns minutos. Você ainda tem trabalho a fazer antes de dormir, então os seus wearables, como o seu relógio, lhe indicam em que horários e em que ambiente você costuma ser mais produtivo.

O fato de todos os objetos estarem conectados à internet trocando informações instantaneamente gera várias possibilidades: a aplicação ao sistema de transportes (comentamos brevemente sobre isso neste artigo), de energia (leia este artigo), entre muitas outras.

Redução do tráfego, do consumo energético, desperdício de água, eficiência na coleta de lixo, prevenção de acidentes ambientais, redução da poluição são algumas das utilizações dessa tecnologia. Além disso, a coleta massiva de dados possibilitará cada vez mais que empresas ofereçam produtos e serviços que atendam com precisão e eficácia as demandas dos consumidores.

Veja na imagem criada pela empresa Libelium como seria uma cidade totalmente conectada e tire as suas próprias conclusões do impacto que essas inovações podem trazer para a maneira como trabalhamos e vivemos, e para o ambiente urbano como um todo.

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Internet e Comunicação – Por que a tecnologia vai mudar a sua cidade para sempre

 

Quanto tempo vai levar até isto se tornar realidade?

Já estamos vivendo esta transformação! Hoje em dia, já existem 6,4 bilhões de aparelhos online. Segundo a companhia de tecnologia Gartner, este número chegará a 25 bilhões em 20203, enquanto a Cisco e o Morgan Stanley são um pouco mais otimistas, e apostam respectivamente em 50 bilhões e 75 bilhões de objetos conectados daqui a 4 anos4.

Além do impacto gerado pela Internet das Coisas, o próprio conceito funcional de uma cidade será revisto. A ideia da cidade como uma comunidade de pessoas que oferecem e consomem produtos e serviços entre si se tornará ultrapassada, conforme previsto pelo pioneiro da internet, David Hughes2.

No momento em que o mundo tiver todos os seus habitantes unidos através de uma rede, será possível consumir serviços que estão sendo ofertados há milhares de quilômetros de distância. É um processo que já ocorre hoje, mas a sua escala será muito maior.

Será a verdadeira massificação da educação, por exemplo. As melhores universidades do mundo já oferecem extensos cursos online de forma gratuita através de plataformas como Coursera, edX , Khan Academy e o brasileiro Me Salva. Com o acesso universal à internet, até mesmos crianças pobres na África poderão ter acesso a educação de alta qualidade.

Além disso, com a grande massa da população mundial conectada e interagindo através das comunidades virtuais, a definição de prosumer ganhará ainda mais relevância. O termo designa aqueles consumidores proativos, dinâmicos e influentes, que estão constantemente compartilhando seu ponto de vista por meio da rede. Assim sendo, não apenas consomem os produtos de uma marca ou empresa, mas também influenciam o desenvolvimento do produto e encorajam ou desencorajam outros a consumi-lo.

Os prosumers tornam-se figuras importantes no sucesso ou no fracasso de um negócio. Com isso, as empresas não mais possuirão completo controle sobre o seus produtos, marcas, e linhas de comunicação, estando sempre sujeitas ao poder dos consumidores, liderados por estes membros das comunidades virtuais, incluindo blogueiros influentes, participantes de fóruns online e usuários das redes sociais.

Desde a revolução industrial, que elevou o padrão de vida das massas a um novo patamar, não se vivia uma mudança de paradigma tão poderosa. A internet, a comunicação e a conectividade representarão a grande revolução dos nossos tempos.

 


  1. Relatório State of Conectivity 2015: A Report on Global Internet Access.
  1. Pew Internet: Digital Life in 2025.
  1. Gartner.com – Newsroom.
  1. Morgan Stanley: 75 billion devices will be connected to the internet by 2020. Acesse.

Continue a serie com: Sustentabilidade – Por que a tecnologia vai mudar a sua cidade para sempre

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