Falar sobre assuntos relacionados à economia e ao mercado nem sempre deixa as pessoas confortáveis. Afinal, são muitas as siglas, taxas, índices e outras particularidades de um segmento que, apesar de impactar a vida de todo brasileiro, pouco é acompanhado de perto pela maior parte da população.
Independentemente de acompanhar ou não o dia a dia da economia e do mercado financeiro, no entanto, você certamente já deve ter ouvido falar de algumas taxas – seja por meio de notícias ou até mesmo na hora de realizar seus investimentos. Entre as principais delas estão as taxas Selic e CDI.
Se você não sabe para quê servem as taxas CDI e Selic ou deseja apenas conhecer um pouco mais sobre elas, suas principais diferenças e possíveis semelhanças, este artigo é para você. Continue a leitura e entenda o que é CDI e Selic e o impacto destas siglas na economia e nos seus investimentos.
O que é CDI?
O Certificado de Depósitos Interbancários – também conhecido como CDI – nada mais é que a média da taxa de juros praticada pelos empréstimos interbancários, que são realizados diariamente entre instituições bancárias brasileiras. Estes empréstimos de curtíssimo prazo – com duração de apenas um dia – são realizados com bastante freqüência, evitando que qualquer banco encerre o dia com caixa negativo – respeitando, desta forma, uma norma do próprio Banco Central.
Por se tratar de uma média da taxa de juros de empréstimos entre bancos, o CDI – que costuma acompanhar de perto o movimento da taxa Selic, sobre a qual falaremos a seguir – acabou se tornando um índice de referência para investimentos em renda fixa pós-fixada no país.
Entre os principais investimentos indexados pela taxa CDI estão os Fundos DI, os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) pós-fixados, as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), entre outros. O investidor que tem interesse em consultar a taxa do CDI em um determinado dia pode acessar o site da Cetip.
O que é a taxa Selic?
Para entender o que é a taxa Selic deve-se, primeiro, compreender o que é o Selic – ou Sistema Especial de Liquidação e Custódia. O Selic é um sistema informatizado que armazena informações relacionadas ao registro, custódia e liquidação de todos os títulos públicos federais, como os títulos do programa Tesouro Direto.
Já a taxa Selic, por sua vez, é a taxa básica da economia brasileira – uma espécie de lastro da economia, utilizada para controlar o índice de inflação no país. É a partir desta taxa que derivam todas as tantas outras taxas da economia brasileira, como as taxas para investimentos, financiamentos e para empréstimos.
A taxa Selic é definida pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil – Copom, que se reúne a cada 45 dias para determinar a direção da taxa no mercado. Quando a Selic avança, os rendimentos a ela indexados acabam avançando; quando a Selic cai, os rendimentos em renda fixa acabam se tornando menos atrativos.
Dependendo das decisões do COPOM, os diferentes tipos de investimentos podem se tornar mais ou menos atrativos, já que a taxa SELIC define todas as taxas de juros praticadas no país atua como indexador de diversos investimentos. Entre os títulos atrelados à Selic está o conhecido Tesouro Selic.
Quais as diferenças e semelhanças entre CDI e Selic?
A principal diferença entre o CDI e a Selic é o fato de a Selic ser utilizada pelo governo para renumerar bancos que emprestam dinheiro entre si por meio de títulos do Tesouro Nacional, enquanto o CDI refere-se apenas aos empréstimos de curto prazo fomentados entre as próprias instituições financeiras com seus próprios recursos– sem a necessidade de utilizar títulos do Tesouro Nacional.
Apesar de bastante distintas, ambas as taxas acabam tendo atuações semelhantes quanto o assunto são os investimentos Tanto a Selic quanto o CDI são indexadores de investimentos com base em taxas de juros. Além disso, seus valores permanecem alinhados.
CDI, Selic e os investimentos
Como você já sabe, ambas as taxas têm um importante papel no que se refere aos investimentos. Imagine, por exemplo, que a taxa Selic tenha avançado em um determinado momento. Nesta situação – com a Selic em alta – o banco terá que pagar um juros maior por cada empréstimo que precisar solicitar, não é mesmo?
Em contrapartida, esta mesma instituição também deverá pagar mais juros para quem emprestar a ele dinheiro – que financiará novos empréstimos. Por isso, quando a Selic sobe, a rentabilidade dos investimentos em renda fixa também tende a avançar.
Por outro lado, quando a Selic cai – acompanhada pela taxa CDI – o banco deverá pagar menos juros aos investidores que, consequentemente, poderão ver seus rendimentos em renda fixa caírem. Esta oscilação, no entanto, pode ser atenuada dependendo da escolha de investimento do próprio investidor.
Quando a Selic e o CDI estão em queda, por exemplo, acaba fazendo mais sentido para o investidor de renda fixa realizar aportes em títulos prefixados, que garantirão uma taxa atual aos investimentos que, na prática, poderiam ter suas rentabilidades afetadas por conta da tendência de queda da Selic.
Já quando a taxa básica de juros do país segue uma tendência de alta, acaba sendo mais interessante para o investidor optar por títulos pós-fixados, que acompanham o avanço da Selic ao longo do tempo e tendem a entregar rendimentos melhores neste cenário.
Por conta disso, na hora de investir seu dinheiro na renda fixa, é imprescindível que você conheça estes dois indicadores, que poderão afetar diretamente a rentabilidade dos seus aportes. Atentar-se à tendência da taxa Selic e do CDI e seus respectivos valores no momento do investimento pode ajudar você a tomar a melhor decisão quanto aos seus investimentos e evitar perda de rentabilidade.
Agora que você já sabe o que é CDI e Selic e quais as diferenças entre as duas taxas, que tal descobrir o que levar em consideração na hora de realizar seus investimentos? Clique aqui e aprenda agora mesmo a tomar a melhor decisão na hora de investir seu dinheiro!