O que são juros? Está aí uma pergunta que se desdobra em duas respostas. Afinal de contas, eles podem ser assustadores, mas também podem ser o melhor amigo do investidor.
A definição de juros é, na verdade, um dos assuntos financeiros de maior representatividade no dia a dia das pessoas. Eles são inerentes à nossa vida econômica, e podemos até dizer que todo mundo sabe um pouco sobre o seu funcionamento.
Mas, então, quais são os pontos fundamentais para analisar sobre os juros? Como eles interferem na sua saúde financeira e nos seus investimentos? É justamente disso que falaremos neste post. Confere aí!
O que são juros?
Para começarmos com uma interpretação literal, juros é o rendimento percebido quando emprestamos dinheiro a alguém, considerando um determinado período e condições preestabelecidas (seja em um documento, seja apenas verbalizadas).
Esse rendimento, porém, se relaciona com os indivíduos da negociação de diferentes maneiras:
- credor — esse é o sujeito que tem direito a receber os juros. Como foi ele quem emprestou o recurso, é justo que seja compensado pelo período em que disponibilizou esse valor;
- devedor — esse é quem está do outro lado, quem fez o empréstimo, em espécie ou na forma de um crediário. Por conta do serviço, ele terá um acréscimo cobrado pela disponibilidade do recurso no momento presente.
Nesse cenário, os juros são o valor expresso da operação — diferentemente da taxa de juros, que é representada pelo percentual de remuneração ou cobrança da operação e, é claro, o período em que ela incide (mensal, semestral ou anual, por exemplo).
Como as taxas de juros são calculadas?
Para decidir o cálculo das taxas, tudo dependerá do que foi acordado no contrato. Porém, costumam ser considerados:
- o índice de inflação;
- os riscos do empréstimo (quanto maior for o risco, maiores serão os juros);
- a compensação pela não aplicação do dinheiro em outro investimento;
- os custos administrativos.
Além desses fatores, as taxas de juros costumam oscilar dependendo de outros pertinentes a cada tipo de contrato. Aqui no Brasil, por exemplo, utilizamos a Taxa Selic, instituída pelo Banco Central do Brasil em 1979, até para estabelecer os limites de juros para o comércio.
Quais são as modalidades de juros?
Existem várias formas de aplicar os juros, e cada uma apresenta um resultado diferente para uma mesma situação. Veja:
- juros simples: como o próprio nome diz, essa é uma taxa definida previamente que incide apenas sobre o valor do empréstimo;
- juros compostos (também chamado de juros sobre juros): aqui o percentual da taxa incide sobre o valor final do período anterior, ou seja, quando ele já teve o valor do juro acrescido. Esse é hoje o regime mais comum no sistema financeiro brasileiro;
- juros de mora: muito utilizada quando se atrasa um pagamento, por exemplo, essa modalidade é fixada e a sua taxa não pode ultrapassar 2%;
- juros nominais: essas taxas são adequadas para exemplificar os efeitos da inflação em determinado período;
- juros reais: aqui não existe o efeito da inflação. Por isso, essa modalidade tende a ser menor que a taxa nominal;
- juros rotativos: normalmente altos, esses incidem sobre o saldo de dívida. Um bom exemplo dessa modalidade são os juros que incidem sobre uma fatura de cartão de crédito que não foi paga integralmente;
- juros sobre capital próprio: essa taxa é específico para dividendos de empresas. Trata-se de uma forma de remunerar os acionistas dividindo os juros sobre o capital próprio, pagos a partir dos lucros dos anos anteriores.
Qual é a importância dos juros para os investimentos?
As taxas de juros estão entre os influentes mais importantes na economia de um país. É por meio delas que se determina onde você e todos os brasileiros vão aplicar os seus recursos para a manutenção da vida. Além disso, todos os setores produtivos também dependem dela para ditar normas de produção, exportação e importação.
Mas, e para os seus investimentos? Bom, nesse caso, eles são a remuneração do valor investido. Quanto o investidor recebe por aplicar os seus recursos em um investimento em vez de outro, ou mesmo em vez de fazer uso próprio deles, isso tem que valer a pena, certo? Pois, é justamente aqui que entram os juros compostos.
Os juros compostos nos investimentos
Os juros simples incidem sempre sobre o valor principal aplicado. Então, se você investiu R$1.000 (mil reais) a 10% a.m., por exemplo, receberá mensalmente R$100 (cem reais) como remuneração.
Já no caso dos juros compostos, o cálculo é feito sobre o valor acumulado. Dessa forma, no segundo mês a sua remuneração não incidirá mais sobre R$1.000 (mil reais), mas sim sobre R$1.100,00 (mil e cem reais), e assim sucessivamente.
E, por que isso é importante para os investimentos? É simples: considerando o período de aplicação, o saldo acumulado será cada vez maior.
Além disso, a taxa de juros e a sua performance são indicadores utilizados para comparar o desempenho de diferentes modalidades de aplicação. O investidor, então, pode compor a sua estratégia de investimento considerando quais deles são capazes de trazer os melhores resultados e prazos de retorno para o seu recurso.
O que mais considerar na hora de investir além da taxa de juros?
Antes de mais nada, o seu perfil de investidor é o que vai indicar quais aplicações estão mais de acordo com os seus objetivos e estilo de investimento. Mas, para além disso, o que mais é preciso considerar na hora de criar uma estratégia de sucesso? Confira a seguir!
Diversificação
A diversificação de papéis é uma estratégia que busca proteger o capital investido, mas, também, otimizar os seus ganhos. Basicamente, o ideal é aplicar os seus recursos considerando um mix de aplicações compatíveis com seu perfil de investidor, mas sem desconsiderar as opções no mercado que possam aumentar os seus ganhos.
Rentabilidade
Todo investidor precisa entender que rentabilidade passada não é garantia para o futuro. Ainda assim, é uma referência importante para ser avaliada na hora da aplicação.
Nessas épocas em que a taxa básica de juros, a Selic, está muito baixa, os investidores mais conservadores precisam buscar outras alternativas que rentabilizem os seus recursos mais satisfatoriamente. Afinal, em casos como o da poupança, por exemplo, o retorno tende a vir abaixo da inflação.
A rentabilidade é o que vai definir o retorno do seu investimento de acordo com o período que seu dinheiro ficará aplicado, assim, também é importante analisar se a taxa é pré-fixada, quando o investidor sabe quanto seu recurso terá como retorno desde o momento da aplicação, ou, pós-fixada, que é quando o desempenho dos seus indicadores de referência vão determinar o lucro obtido no final do período.
Algumas opções de CDB’s e títulos do Tesouro são vendidos com taxas pré-fixadas, não são tão conservadores têm um retorno esperado satisfatório.
Tempo de investimento
O tempo da aplicação é outro fator essencial aqui. Já mostramos que ele tem relação direta com a taxa de juros, mas a sua importância vai além disso: ele também ajuda a determinar qual tipo de investimento é mais adequado para cada objetivo.
Se os investidores pretendem resgatar seus recursos no curto prazo, por exemplo, devem optar por aplicações com maior liquidez, ou seja, facilidade para fazer o seu resgate. Por outro lado, se os objetivos para o uso não são imediatos, opções de investimentos de longo prazo podem oferecer melhores performances por causa dos juros remuneratórios do período.
Enfim, todas essas características devem ser avaliadas regularmente e com muito critério, pois serão fundamentais para que você, como investidor, consiga fazer as melhores alocações dos seus recursos. E agora que já sabe, exatamente, o que são juros, você está um passo a frente!
Os seus amigos e parentes também estão pesquisando, querendo entender melhor as opções de investimento e o mercado financeiro? Então, se gostou deste post, aproveite para compartilhá-lo nas suas redes sociais!